#1: O Caso do Fliperama Fatal [Vórtice Sombrio]
Segredos Sombrios do Refúgio do Aço
Para ler ouvindo Machine Gun, do Portishead
Se você perdeu as últimas novidades da Caixa Postal, aqui vai um aviso: lancei uma nova seção chamada Vórtice Sombrio! 🌒 Esta é uma seção focada em histórias de mistério, terror e distopia, onde compartilho contos sombrios e reflexões sobre o processo criativo. Trarei atualizações semanais sobre o desenvolvimento dessas histórias e, uma vez por mês, um conto finalizado.
Caso queira seguir recebendo a Caixa Postal, mas prefira não assinar o Vórtice Sombrio, você pode desativar essa seção individualmente. Mas, se decidir mergulhar nesse universo de sombras e tensão, espero que aprecie a jornada!
Capítulo 1: A Cidade dos Dutos e o Refúgio do Aço
A Cidade dos Dutos, um gigante de metal e neon, se erguia como uma colmeia vertical onde o tempo parecia se dobrar. Os níveis inferiores, onde a luz do sol nunca alcançava, eram uma prisão de vapor, fuligem e trabalho incessante. E lá, no coração de uma rotina opressiva, o Refúgio do Aço era um refúgio de esquecimento.
Velma, a dona do bar, tinha o olhar de quem já tinha visto demais. Seus olhos observavam o movimento no bar como um diretor que analisa seu set de filmagem, calculando cada cena antes que ela se desenrolasse. Para os anões modificados que frequentavam o lugar, Velma era mais do que uma simples proprietária; ela era uma confidente silenciosa, uma espécie de terapeuta involuntária. Ela entendia que o que eles precisavam não era apenas uma bebida, mas um espaço para recuperar o que restava de sua humanidade. Velma conhecia o bar e cada frequentador com um detalhismo clínico – talvez uma necessidade inconsciente de ter controle sobre algo em uma cidade que tirava tudo.
Grak, com suas próteses de aço, era o centro do grupo de anões que se reunia todas as sextas-feiras após o expediente. Ele sempre tinha uma piada na ponta da língua, um sorriso pronto para aliviar a tensão que pairava no ar pesado do bar.
— Está achando que essa sua máquina ainda aguenta mais uma rodada? — perguntou Grak, apontando para a velha máquina de realidade virtual que Velma mantinha no canto. A máquina era uma relíquia do passado, um fliperama que transportava seus usuários para mundos digitais cheios de aventuras. Ela sentiu uma fisgada de arrependimento quando ele colocou o visor, mas já era tarde demais, e um som agudo cortou o ambiente.
Velma olhou para ele com uma sobrancelha arqueada. Sabia que o fliperama estava ficando imprevisível, mas não tinha tempo nem dinheiro para trocá-lo.
— Se ela quebrar, você vai ser o responsável por consertar — brincou, o sorriso forçado escondendo uma preocupação que ela não podia ignorar.
Grak colocou o visor com sua habitual confiança, e o bar continuou a murmurar ao redor. Os outros anões estavam ocupados em suas próprias conversas, tentando se distanciar mentalmente da semana brutal que haviam enfrentado nas minas de sucata tecnológica.
Capítulo 2: O Acidente Fatal
Mas então, aconteceu. Um estalo agudo. A tela piscou de forma irregular. Grak, ainda com o visor, começou a se contorcer. Suas próteses metálicas vibravam como se tivessem recebido um choque violento. Aquele sorriso que ele sempre carregava desapareceu num instante de dor. Velma gritou, mas a cena parecia se desenrolar em câmera lenta. Grak caiu, seus braços mecânicos batendo no chão com um som seco. Morto.
Velma sentiu o chão fugir debaixo de seus pés. Brock, um dos amigos mais próximos de Grak, estava ao lado do corpo antes que qualquer um pudesse reagir. Ele olhou para Velma, tentando entender o que havia acabado de acontecer.
— Isso... isso não foi só um defeito — murmurou Brock, seus olhos se estreitando. Ele sempre foi o mais desconfiado do grupo, o primeiro a perceber quando algo estava errado. E agora, seu instinto gritava que havia algo profundamente errado ali.
— Ele estava bem... até isso acontecer — respondeu Velma, ainda em choque.
A culpa a consumia. Ela sabia que aquela máquina estava velha, sabia que não era segura, mas nunca imaginou que algo assim pudesse acontecer. Tentando suprimir o pânico, decidiu chamar um técnico imediatamente. Com pressa, usou um aplicativo de manutenção que escolhia o primeiro profissional disponível.
Quando o técnico chegou, mal olhou para o corpo de Grak. Ele era um homem magro, com olheiras profundas, como se não dormisse há dias.
— A máquina... parece que está com os circuitos corrompidos — disse ele sem emoção. Seus olhos evitavam os de Velma, enquanto mexia na máquina com pressa, como se quisesse terminar o trabalho o mais rápido possível.
Brock observava de perto, sua desconfiança aumentando a cada segundo. O comportamento do técnico parecia evasivo, e sua explicação, vaga demais.
— E isso seria suficiente para matar alguém? — Brock perguntou, a voz fria, mas carregada de desafio.
O técnico deu de ombros.
— Difícil de dizer. Essas máquinas antigas às vezes causam interferências... — Ele fez uma pausa, ajustando um fio com mãos trêmulas. — Mas deve estar tudo bem agora.
Velma não se sentia nada convencida. Algo no comportamento do técnico, na forma como ele lidava com o problema, parecia errado. Ela olhou para Brock, que a encarou de volta com um olhar firme.
— Não acho que foi um acidente — disse Brock. — Há algo mais por trás disso. E nós vamos descobrir o que é.
Capítulo 3: Brock e a Descoberta dos Forjadores Livres
A Cidade dos Dutos era um monstro de metal que respirava através de seus habitantes. No topo, os ricos e poderosos controlavam tudo, com corpos imaculados, mantidos por tecnologia de ponta. Nos níveis inferiores, os anões modificados e outros trabalhadores viviam sob o peso de suas próteses, presos em uma rotina de trabalho extenuante e desespero silencioso.
Brock, sempre desconfiado do sistema, tinha suas conexões com o submundo da resistência. Após a morte de Grak, ele sabia que precisava agir. Os Forjadores Livres, uma facção clandestina de trabalhadores modificados que lutavam contra o controle corporativo, eram sua única esperança de respostas. Eles conheciam os segredos sombrios da Cidade dos Dutos e as corporações que a controlavam. Ao compartilhar a descoberta com Velma, a culpa que ela reprimia transformou-se em determinação sombria.
Foi através deles que Brock descobriu algo que o fez gelar: a máquina de realidade virtual no Refúgio do Aço não era apenas um fliperama obsoleto. Ela fazia parte de um experimento da Megadyne, uma corporação que estava desenvolvendo tecnologia de controle mental disfarçada de entretenimento.
— Eles estão testando isso em nós — disse Brock a Velma, enquanto mostrava os dados que conseguira. — Grak não foi uma vítima de um acidente. Ele foi uma cobaia.
Velma sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A ideia de que seu bar estava sendo usado como um laboratório para experimentos sinistros a aterrorizava.
— E agora? O que vamos fazer? — perguntou, sua voz vacilando.
— Vamos expor a Megadyne. Mas precisamos de provas sólidas — respondeu Brock. — E isso significa invadir uma de suas instalações.
Capítulo 4: A Aliança de Velma e Brock
Brock sempre soubera que o sistema era corrupto até o núcleo, mas a descoberta do envolvimento da Megadyne foi um golpe ainda mais profundo. Ele sabia que entrar na instalação da corporação seria arriscado, mas não tinha escolha. Os Forjadores Livres forneceram o suporte necessário: um dispositivo para hackear os servidores da Megadyne e coletar provas suficientes para expor o experimento de controle mental. Ao compartilhar a descoberta com Velma, a culpa que ela reprimia transformou-se em determinação sombria.
Velma, embora assustada, estava determinada a ajudar. Ela sabia que seu bar havia sido usado como um peão no jogo sujo das corporações, e não podia simplesmente ficar parada enquanto Brock corria risco de vida sozinho.
— Vou te ajudar a entrar — disse Velma, a voz mais firme do que o usual. Ela já havia sido uma mulher de ação no passado, antes de abrir o Refúgio do Aço. A cidade tinha a capacidade de apagar os sonhos e a resistência das pessoas, mas Velma estava redescobrindo uma antiga chama que acreditava estar apagada. — Eu conheço os caminhos pelos níveis inferiores. Posso te levar até uma entrada segura.
Brock assentiu, surpreso, mas grato pela coragem dela.
— Só preciso chegar perto dos servidores centrais. Depois disso, nós teremos tudo o que precisamos.
A instalação da Megadyne ficava nos níveis intermediários da cidade, um local bem protegido, mas disfarçado como um centro de pesquisa comum. Usando as rotas subterrâneas que Velma conhecia, eles se esgueiraram pelas sombras de um mundo de tubos e passagens secretas, onde os olhos das corporações ainda não tinham total controle.
Ao chegarem ao prédio da Megadyne, Brock sentiu o peso do momento. Ele já havia enfrentado desafios antes, mas nada como aquilo. O risco de não só perder sua vida, mas também sua liberdade mental, o atormentava. Sua mente, naturalmente inclinada à resistência, começou a ponderar sobre as consequências de falhar. E se ele fosse capturado? Seria ele também uma marionete, como Grak?
Velma observava Brock enquanto eles se preparavam para invadir a instalação. Ela percebeu os sinais de hesitação nele, a tensão em seus ombros rígidos, o movimento nervoso de suas mãos.
— Brock, estamos nisso juntos. Não deixe que eles te façam duvidar de quem você é — disse Velma, em um tom calmo, mas firme, quase maternal. — Você está no controle, não eles.
As palavras de Velma o tiraram de sua espiral mental. Ele assentiu lentamente, sentindo uma renovada sensação de propósito. O foco voltou, e eles entraram na instalação.
Capítulo 5: A Invasão da Megadyne
Dentro da instalação, o ambiente era diferente dos níveis inferiores. Aqui, as paredes eram lisas, o chão brilhava com perfeição, e tudo parecia funcionar com uma precisão mecânica. Era como se o prédio tivesse vida própria, uma extensão dos próprios controladores da corporação. O contraste com o mundo sujo e desgastado que eles deixaram para trás era quase perturbador.
— Isso parece mais uma prisão do que um centro de pesquisa — murmurou Brock, enquanto eles avançavam pelos corredores.
Os dois conseguiram acessar os servidores centrais com a ajuda de um disfarce simples: trajes de técnicos de manutenção, fornecidos pelos Forjadores Livres. Quando chegaram à sala dos servidores, Brock conectou o dispositivo hackeador. As luzes da sala piscavam suavemente, enquanto o sistema se conectava à rede interna da Megadyne. Ao compartilhar a descoberta com Velma, a culpa que ela reprimia transformou-se em determinação sombria.
— Estamos quase lá... — disse ele, com um toque de alívio na voz.
Mas, no momento em que os dados começaram a ser transferidos, uma série de alarmes ecoou pelo prédio. O som agudo reverberou nos corredores, e Brock sabia que eles tinham pouco tempo.
— Temos que sair agora! — Velma gritou, já correndo em direção à saída.
Brock desconectou o dispositivo e correu atrás dela. Os dois desceram pelos corredores, tentando evitar as câmeras de segurança e os guardas que agora estavam alertas. Cada passo parecia uma eternidade, com o som das sirenes pulsando em seus ouvidos.
Quando finalmente chegaram à saída, encontraram guardas bloqueando o caminho. Sem tempo para pensar, Brock ativou um curto-circuito nos sistemas de segurança, desativando momentaneamente as câmeras e abrindo uma passagem lateral. Eles escaparam por pouco.
Capítulo 6: A Fuga e o Sacrifício
De volta ao Refúgio do Aço, Velma e Brock se reuniram com os Forjadores Livres para analisar os dados que haviam conseguido. O que descobriram era ainda pior do que imaginavam. A Megadyne estava não só testando o controle mental, mas também planejando expandir o projeto para outros distritos da cidade, usando tecnologia de realidade virtual para manipular os impulsos emocionais das pessoas, removendo sua capacidade de resistir ao controle corporativo. Ao compartilhar a descoberta com Velma, a culpa que ela reprimia transformou-se em determinação sombria.
Brock observava os dados com uma mistura de raiva e medo. O que havia começado como uma tentativa de entender a morte de Grak agora se transformava em algo muito maior: uma luta pela liberdade mental de toda a população dos níveis inferiores.
— Precisamos divulgar isso — disse Brock, a voz cheia de determinação. — Isso não pode continuar.
Velma concordou, mas sabia que não seria fácil. As corporações tinham controle sobre quase todas as mídias na Cidade dos Dutos. Precisavam encontrar uma maneira de fazer a informação chegar ao público sem serem interceptados.
— Tenho uma ideia — disse Velma. — Conheço alguns jornalistas independentes que ainda resistem ao controle corporativo. Se conseguirmos enviar os dados para eles, talvez possamos expor a Megadyne antes que seja tarde demais.
Brock assentiu. Agora, tudo dependia de conseguir fazer com que a verdade fosse ouvida.
Os dados que Brock e Velma haviam coletado eram explosivos. Revelavam não só os experimentos de controle mental da Megadyne, mas também a extensão do seu plano: transformar os níveis inferiores da cidade em uma verdadeira prisão mental, onde os trabalhadores não seriam mais capazes de perceber sua opressão, controlados por um sistema de realidade virtual invasivo que modulava suas emoções e impulsos.
— Isso não é apenas sobre nós — disse Brock, com uma firmeza crescente em sua voz. — Se não fizermos nada, todos os trabalhadores modificados e até humanos comuns dos níveis inferiores serão escravizados mentalmente. Precisamos agir agora.
Velma, sempre racional, sabia que o desafio era maior do que podiam enfrentar sozinhos. Eles não tinham os recursos ou o alcance para derrubar uma corporação como a Megadyne, mas sabiam que se conseguissem divulgar as informações para as pessoas certas, poderiam criar uma onda de resistência impossível de ignorar.
— O tempo está contra nós — disse ela, enquanto analisava os pontos de comunicação independentes que ainda estavam fora do alcance das corporações. — A Megadyne tem controle sobre quase todos os canais de comunicação. Se tentarmos publicar isso da maneira errada, eles vão nos silenciar antes que a verdade chegue às pessoas.
Brock esfregou o rosto, sentindo o peso da responsabilidade que carregava. Ele sabia que o futuro de muitos estava em suas mãos. Mas ao olhar para Velma, viu a mesma determinação que sentia dentro de si.
— O que sugere? — ele perguntou, sabendo que Velma tinha algo em mente.
— Conheço um jornalista que ainda opera clandestinamente nos níveis inferiores. Ele mantém uma rede de comunicação pirata, longe do alcance das corporações. Se conseguirmos levar os dados até ele, há uma chance de que ele consiga transmitir para todas as áreas subterrâneas. É arriscado, mas é nossa única chance.
Brock sabia que não havia outra alternativa.
— Vamos fazer isso.
Enquanto Velma e Brock faziam os preparativos para encontrar o jornalista independente, a Megadyne já havia percebido o que estava acontecendo. O curto-circuito que Brock causara nos sistemas da corporação levantou suspeitas, e não demorou para que os executivos conectassem os pontos. Agora, eles estavam sendo caçados.
Nos escritórios da Megadyne, uma reunião de emergência estava em andamento. O executivo-chefe, um homem de voz fria e calculista, observava as telas holográficas que exibiam os rostos de Brock, Velma e outros membros conhecidos da resistência.
— Temos um problema — disse ele, com uma calma perigosa. — Parece que alguém teve acesso aos nossos dados. Isso precisa ser contido imediatamente. Não podemos permitir que o projeto seja interrompido. Vocês sabem o que fazer.
Naquela mesma noite, enquanto Velma e Brock se preparavam para sair, uma equipe de segurança corporativa foi enviada ao Refúgio do Aço para garantir que a ameaça fosse eliminada. Não haveria perguntas. Não haveria prisioneiros.
Era uma noite fria e silenciosa quando Velma e Brock perceberam os primeiros sinais de que estavam sendo seguidos. O som das botas pesadas dos seguranças da Megadyne ecoava pelas ruas vazias dos níveis inferiores, como uma ameaça iminente. Velma sentiu o coração acelerar, mas manteve a calma. Sabia que o Refúgio do Aço tinha algumas saídas secretas, mas precisavam agir rápido.
— Eles nos acharam — sussurrou Brock, enquanto via as silhuetas escuras se aproximando pelas ruas iluminadas por néon.
— Vamos pelos túneis — respondeu Velma, pegando o braço de Brock e o guiando para uma porta escondida atrás do bar.
Os túneis de manutenção que passavam por debaixo do Refúgio do Aço eram antigos, construídos muito antes das corporações tomarem o controle da cidade. Eram o único caminho que Velma conhecia para escapar sem serem vistos.
Eles desceram rapidamente, ouvindo os passos apressados dos seguranças se aproximando cada vez mais. Brock olhou para trás, observando a pequena luz que desaparecia à medida que avançavam pelo túnel escuro.
— Não podemos correr para sempre — murmurou ele, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias.
— Não precisamos — disse Velma, firme. — Só precisamos chegar ao ponto de encontro. O jornalista vai nos esperar lá.
Quando finalmente chegaram ao ponto de encontro, um velho armazém abandonado, Brock e Velma estavam ofegantes. A tensão estava no ar, e o silêncio do lugar era quase sufocante. O jornalista os esperava, escondido entre pilhas de caixas velhas. Ele era um homem magro, com olhos rápidos e atentos, o tipo de pessoa que sobrevivia porque sabia ser invisível.
— Vocês trouxeram os dados? — perguntou ele, sem rodeios.
Brock entregou o dispositivo, e o jornalista imediatamente começou a transferir os arquivos para sua rede. Mas antes que pudessem relaxar, um som ecoou pela sala. O som metálico das portas sendo arrombadas.
— Eles estão aqui... — murmurou Velma.
Os seguranças da Megadyne haviam encontrado o local. Armados e prontos para eliminar qualquer resistência, eles começaram a cercar o armazém. Brock sabia que tinham pouco tempo. Ele olhou para o jornalista, que continuava focado em transmitir os dados.
— Quanto tempo falta? — Brock perguntou, desesperado.
— Só alguns minutos... mas não temos muito mais do que isso.
Brock e Velma se posicionaram estrategicamente, sabendo que seriam o último obstáculo entre a verdade e a escuridão que a Megadyne queria manter.
Os minutos que se seguiram foram uma mistura caótica de disparos e gritos. Brock lutava com todas as forças, usando sua prótese para enfrentar os seguranças, enquanto Velma o cobria com tiros certeiros de uma arma que conseguira com a resistência.
O jornalista, enquanto isso, focava na transmissão. A tensão no armazém era palpável, e cada segundo parecia se arrastar. Mas então, o som da transmissão finalizada ecoou pelo sistema.
— Consegui! — gritou o jornalista, enquanto os dados começavam a se espalhar pela rede.
Mas, naquele momento, uma bala atravessou a perna de Brock, fazendo-o cair. Velma correu até ele, desesperada.
— Não... nós conseguimos. Não desista agora! — disse ela, tentando estancar o sangue.
Brock olhou para Velma, com um sorriso cansado.
— Acabou, Velma. A verdade está lá fora. Eles não podem mais nos parar.
Os seguranças, ao perceberem que a transmissão havia sido concluída, recuaram. Sabiam que a corporação havia falhado, e que qualquer tentativa de eliminar Brock e Velma agora seria inútil. A verdade estava espalhada.
Capítulo 7: A Revolta dos Níveis Inferiores
Semanas depois, a Cidade dos Dutos estava em rebuliço. Os dados expostos sobre a Megadyne desencadearam protestos massivos nos níveis inferiores. As corporações, que por tanto tempo controlaram tudo, agora enfrentavam uma resistência organizada, alimentada pela revolta.
Velma continuava no Refúgio do Aço, agora um ponto de encontro para a resistência. Brock, com sua perna em recuperação, era celebrado como um herói entre os trabalhadores modificados. O plano da Megadyne havia sido interrompido, mas todos sabiam que a luta pela liberdade ainda estava apenas começando.
Velma serviu uma rodada de cerveja sintética aos anões, e o bar, que um dia fora um refúgio de esquecimento, agora era um símbolo de resistência.
— Nós fizemos isso, Brock — disse ela, com um sorriso que continha tanto alívio quanto cansaço.
Brock, ainda com o braço protético envolvido em faixas, retribuiu o sorriso.
— Sim, mas a luta continua. E vamos estar prontos.
O bar ecoava com as vozes dos anões, agora mais fortes e determinados. A realidade virtual, uma vez usada como uma ferramenta de controle, agora era uma arma do povo. E o Refúgio do Aço era o coração dessa revolução.
eu amei TANTO!
e amo machine gun, trilha perfeita :)