Olá, como vai?
Ando em uma montanha-russa aqui dentro do peito. Não sei se é o fim de ano e toda sua carga de afagos e tapas sobre os objetivos traçados durante o ano que está se despedindo, ou um tanto de saudade da ingenuidade de ver o mundo por óculos com lentes de positividade, ou até mesmo saudade dos dias com pessoas que encontram-se em outros planos energéticos.
Tem jeito certo de olhar a vida? Seria compreender sua finitude e jogar tudo o que tem, apostando no caminho que quer seguir? Entendo que durante muitas vezes ao dia sou consumido por diversas atividades e fatores que me colocam em uma fantasia e me aplicam um véu dizendo que tenho todo o tempo do mundo. Não, não tenho todo o tempo do mundo, sequer tenho todo o meu tempo. Chegará um momento em que terei mais passado do que futuro, mais memórias do que histórias para escrever e essa é a graça de envelhecer. Claro que não quero ser um grande neurótico e ficar pensando que tudo vai acabar, mas sim dedicar o máximo de atenção aos encontros e acontecimentos que não são extraordinários, o dia a dia vale mais do que três dias de viagem. É claro que durante a viagem tudo vai ser mágico e inesquecível, parecendo que aquilo nunca vai acabar e você é dono da maior companhia de felicidade que já existiu, porém, e quando regressar às coisas ordinárias? É ali que deve ser colocada a atenção, a dedicação.
Sendo assim, por que não arriscar tudo nos planos? Não digo que seria como se jogar de cabeça e nadar em mar aberto e sim traçar o objetivo que deseja cumprir. Nenhum caminho é fácil, muitos terão espinhos e campos de areia movediça que te atrasarão e te machucarão, ninguém disse que o caminho já seria pavimentado principalmente quando é você que o escolheu e precisa construir desde o primeiro tijolo. É tudo ou nada. O amanhã não existe, o ontem é memória e o hoje é tudo o que eu tenho.
Meditei um pouquinho na letra da banda Terno Rei ultimamente. Ela já passou por aqui em alguma edição para ambientar a leitura, a música se chama Medo.
Andando a pé eu vi os céus mudarem cores
Do branco para o azul
Do rosa para o roxo
Faz tanto tempo que já tanto faz
O tempo já não é nada demais
Eu já não tenho medo de voar
Para o sul, para o norte
Veja, andando a pé, sozinho, ele percebeu a mudança de tom do céu. Olhando para cima, ele caminhou um dia inteiro já que viu o branco, o azul, o rosa e o roxo. O roxo denso na madrugada sem estrelas. Com isso, nada mais tem importância, não há apego, pois já tá tanto faz e o tempo não importa muito porque ele não tem mais medo de voar, de se deslocar, seja para o passado (sul) ou para o futuro (norte). Não há mais medo o segurando, não há dor de rever o passado e nem ansiedade em encontrar o futuro.
Não foi fácil encontrar as palavras para compartilhar com vocês esta semana. Espero que esse texto possa te ajudar de alguma forma a encontrar as forças que precisa para encarar os caminhos que estão sob seus passos.
Por hoje é isto. Boa semana, boa batalha e volte sempre :)
Beijos,
Lucas.