Olá, como vai?
Como o recesso chegou por aqui, decidi dar um tempo nas obrigações e dedicar um tanto desse tempo à outras atividades que me desconectassem dos fios da internet. Foi um boa experiência. Claro que não fiquei longe das informações, mas passei boa parte do tempo lendo Neil Gaiman, anotando algumas coisas sobre a obra, finalizando Os Filhos de Anansi e recomeçando A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil porque comprei o terceiro livro da trilogia e não me recordo de quase nada da narrativa. Compreendi, inclusive, que uma boa forma de rememorar histórias - pelo menos durante o período de leitura - é grifar trechos e escrever sobre eles em algum lugar. Eu, por exemplo, grifei algumas passagens sobre a personagem principal e dissequei ao olhar para seu discurso e o discurso do narrador. Entrega muito sobre a história, e sobre os personagens, e é uma forma bem bacana de se infiltrar mais um tanto no arco verossímil.
Ano novo: 365 possibilidades. Será?
Para nós, ciclos são importantes. Desde nossa vivência no útero, o desenvolvimento, o apego àquela casa caminhante, protetora e tranquilizadora, somos seres que precisam da força do ciclo. Normalmente, em 9 meses o ciclo se encerra e você conhece o mundo externamente; tem a fase da chupeta e a fase de aprender a engatinhar, aí o ciclo se encerra e você começa a andar e a chupeta “já vira coisa de criança”. Entra o ciclo acadêmico, o ciclo de descobertas e o ciclo interminável de não saber o seu lugar no mundo. E tudo bem porque o mundo é gigantesco e o seu lugar pode ser há milhares de quilômetros do Brasil. Vivenciar os ciclos é a parte mais importante pois eles possuem um início, o ponto de partida, há a parábola - e às vezes alguns nós que nos prendem no ciclo até desatarmos eles - e há seu encerramento (ou recomeços). Com o encerramento temos a possibilidade de gerar novas criações de outra cartela de ciclos e não há coisa mais mágica em sentir essa euforia de poder começar de novo - e a euforia de desatar o nó para que o ciclo bom continue acontecendo. Muitos vão questionar “sério que você vai deixar para o ano que vem para começar?”, ou “você também pode começar na quarta-feira, sabia?”, e deixem questionar. Muitas vezes o impulso acontece no começo da semana, no começo do ano, no começo… O começo é a pulsão, o pulo ao novo, e, claro, nosso calendário cria essa conexão com os começos, por exemplo, começo/fim da semana.
E os planos? Metas?
Sonhos e planos caminham comigo. Muitos já estão velhos e datados, mas que faço questão de mantê-los no meu campo de visão para, caso eu sinta a vontade de arriscar, o faça. Um ponto importante é que as metas não são nossa pesada cruz. São pequenos pontos de luz, de um vislumbre do futuro para nos guiar até o seu alcance e resolução. Carrego metas comigo que são de anos passados, elas não me incomodam quando eu as reescrevo em meu caderno, pois fazem parte de mim, do meu desenvolvimento e de onde quero chegar. Se ainda não cheguei, é porque não me sinto preparado para começar a pavimentar o caminho até sua conclusão. Mantenha sempre a meta pegar leve comigo mesmo no topo da lista. Não somos e nem precisamos ser nossos piores inimigos. Nos conhecemos melhor do que ninguém e isso é só vantagem para termos uma visão clara sobre nosso desejo.
Rolou no recesso.
Com esse tempo mais aberto para escolher algumas atividades durante a semana, me embrenhei algumas vezes no melhor café da cidade para dar continuidade nos meus sprints de leitura e fazendo a descompressão de toda a demanda intensa que fora no final do ano.
Fui almoçar em um lugar que guarda um risoto de miúdos maravilhoso e uma polenta frita que beira a sacanagem. O Restaurante Spiandorello fica em Jundiaí e batemos ponto todo ano para passar uma tarde super agradável e com a pancinha cheia.
Para evitar frustração, levei minha câmera e, novamente, estou me redescobrindo na fotografia. Ano passado fiz algumas boas fotos de shows e, neste ano, quero colocar mais ainda a mão na massa.
Tive também companhias que fizeram o ano muito feliz e iluminado. Pessoas que me inspiram, me apoiam, me guiam para quando estou ficando exausto de percorrer um caminho complicado.
Espero ter sido uma boa companhia em 2022 assim como vocês foram para mim. Que possamos seguir em paz, com brilhos nos olhos e com a cabeça nas nuvens.
Por hoje é isto. Boa semana, bom início de ciclo, boa batalha e volte sempre :)
Beijos,
Lucas.