#25: Hiperprodutividade - A ponta do iceberg mental?
Como o ChatGPT altera nossa aproximação com conteúdos e afeta a produtividade.
Olá, como vai?
Fomos pegos de calças curtas com o anúncio do ChatGPT. Vamos ser sinceros: ninguém estava esperando uma inteligência artificial desse porte.
Nos encontramos em mais um momento de adaptação à tecnologia com a grande massa o utilizando e gerando conteúdos - acredite - em massa.
Já havíamos passado por uma viela de grande demanda de conteúdo no momento pandêmico. Muito disso aconteceu valorizando o acesso à informação - correta - e, ainda assim, não estávamos preparados para o bombardeio de notícias, vídeos, sensação de medo e sentimento de terror.
Se, antes, para ter um espaço na vitrine das redes sociais para divulgação de seu trabalho era difícil, agora pode ser um tanto mais desafiador. E como isso afeta nossa sensação de controle?
Seremos substituídos pela Inteligência Artificial?
O homem nunca cria nada melhor do que ele, ponto. O perigo mora na alta capacidade de desenvolvimento e treinamento dessa ferramenta.
Por exemplo, o ChatGPT ficou no 10º percentil ao fazer uma prova para advogados. O GPT-4 ficou no 90º. Treinar algo não-orgânico retira toda a necessidade subjetiva e acaba sendo um viés não natural (por favor máquinas, não façam uma revolução, eu considero vocês hahaha).
É na palavra ferramenta que devemos meditar. Ela pode auxiliar, revisar, criar e alterar, o que, para diversos profissionais de diversas áreas, é possível ser um ganho de tempo considerável. E é aí que mora a tensão da ponte moral e imoral.
A produtividade elevada um nível acima.
Podendo ajustar o gerenciamento do tempo com mais afinco, o que antes era feito de forma orgânica e levando o tempo necessário para entregar a tarefa, com o ChatGPT é possível que este tempo caia drasticamente.
O cuidado reside na avaliação e correção do que for produzido pela inteligência artificial. Ganhamos tempo em um ponto e depositaremos tempo em outro ponto. É nessa parábola, durante essa transição de afazeres, que a hiperprodutividade vai fincar os seus pés.
Facilmente, sem acesso à ferramentas de SEO, podemos pedir uma lista de assuntos para redes sociais ao ChatGPT. Ele vai entregar e, se bobear, vai até produzir o conteúdo (só não esqueça o cuidado com a revisão).
Veja, o conteúdo não é feito de pessoa para pessoa e sim de máquina para pessoa. Podemos ter uma gama de assuntos para produzir em nossas redes profissionais, porém:
Eles são relevantes?
As pessoas querem saber sobre isso?
Há busca sobre esses assuntos e categorias?
Qual o melhor formato para entregar os conteúdos?
É um grande tiro no escuro, ou, pior, pensando como consumidor das informações, é útil? Ou só foi pensado para preencher aquela fileira?
O distanciamento digital.
Enquanto a base teórica, na questão de produção de conteúdo, envolve a conversa entre emissor e receptor da informação/conteúdo, eles sendo duas pessoas, hoje, a mudança está logo ao virar a esquina.
Carregando uma personificação definida por meio de um prompt, a inteligência artificial pode ser muitas coisas/pessoas/profissões. Infelizmente, ao nos basearmos nesta visão, temos um conteúdo, que pode ser definido baseado em uma persona, porém, sem a chave para a troca: a subjetividade.
Após muitos estudos sobre as pessoas que você deseja impactar com seus conteúdos, criar algumas marcas registradas em sua narrativa e buscar aproximar, cada vez mais, as pessoas de você, encaramos a grande possibilidade de voltarmos à estaca zero de uma conversa sem fundamento com um chatbot. Me diz, é fácil resolver alguma coisa com um chatbot? Eu, por exemplo, já perdi horas tentando acessar uma pessoa real após passar por todas as etapas de uma conversa com um bot.
Além do distanciamento social que nos ocorreu, agora podemos transitar no distanciamento digital em uma explosão de conteúdos criados por máquinas. No entanto, mesmo que lideradas por pessoas, há o abismo social.
Você, que é produtor de conteúdo, mantenha-se firme com seus conteúdos autênticos e confiáveis. Continue impactando seus seguidores de forma natural e utilize tudo isso como uma ferramenta.
A domine e não deixe ser dominado.
Por hoje é isto. Boa semana, boa batalha e volte sempre :)
Beijos,
Lucas.
Nos meus fones
Um amigo querido me enviou o som Grudge do Good Hangs e, minha gente, é um pop-punk muito bem estruturado.
Redescobri Daisyhead e ouvi o primeiro disco deles. In Case You Missed It é o som da semana.
Minha banda favorita lançou um single novo! Cuidado com o volume dos fones porque o post-hardcore é brabo. It’s Hell Down Here nos aproxima ainda mais do novo trabalho do The Amity Affliction.
Nas telas
Eu estou assistindo The Last Of Us e, minha nossa sem hora, que narrativa muito bem estruturada!
O episódio 8 mexeu muito comigo, principalmente em seu final, quando Joel reencontra a Ellie.
Toda a construção violenta da Ellie é muito bem trabalhada, a atmosfera sombria do culto e o grupo de pessoas canibais traz o horror em um mundo que está definhando.
Nas leituras
Finalmente cheguei ao último livro da trilogia de Becky Chambers. Os Registros Estelares de uma Notável Odisseia Espacial é a continuação direta do primeiro livro, A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil e, chegando um pouco além da página 80, estou em dúvida sobre a protagonista da narrativa.
Não sei se é todo o conglomerado que forma a cidade espacial é o foco principal ou os personagens soltos que carregam os nomes dos capítulos.
Bom, eu tenho certeza que o terceiro livro fala sobre morte, rituais, passagens e solidariedade entre espécies.