#31: A volta no meio da reviravolta (e da revolta?)
Seria isso a magia do fim de ano ou inspiração temporária? - prometo que estou tentando
Olá, como vai?
Eu sei… Faz um tempo bastante considerável desde minha última edição… Deixei um breve aviso sobre as futuras edições, que poderiam demorar mais de 1 semana para chegarem até você. No entanto, olha só, 7 meses podem ser considerados mais que uma semana, não? 28, se não estou enganado (podendo estar).
Quero deixar aqui, antes de você prosseguir, um lançamento muito bacana, dentro do Substack mesmo, de um amigo muito querido.
, pode entrar:A pantomima sobre o fim do ano
Bastou o título da news do Heitor para que eu esgarçasse um pouco mais o assunto de feitos e não feitos do ano. Escrever, pra quê?!
Pois bem… Este ano eu tentei, de diversas formas, dar corpo à textos. Escrevi para sites sobre música, para blogs, criei mais algumas contas no instagram sobre assuntos focados, resgatei 3 contas (psicanálise, literatura e fotografia), criei mais uma newsletter, a
(como se eu desse conta de uma, né?!), tentei fazer um caderno de ideias, busquei construir análises de livros lidos… Enfim, uma grande orgia de “obrigações” que só me fizeram manter a ansiedade no extremo.Não. Não consegui gerenciar nada disso.
Uma das coisas que deu um tantico certo foi o caderno de ideias. Simplesmente um caderninho que anda comigo para baixo e para cima, no qual eu desenrolo simples ideias, ou mais elaboradas, curiosidades (por exemplo, quais os ingredientes do shawarma).
Agora, as demais…
Processos e modelos
Notei que, durante esses processos, suas construções e matérias-primas, eu possuo um prazer considerável em estruturar projetos. Como trabalho com análises de dados e construções de dashboards, tenho um certo prazer na função que exerço - mesmo depois de ter pifado o cabeçote em algumas estruturações de cálculos.
Entretanto, esse modelo é prazeroso até começar a colocar a mão na massa. Faço um calendário lindo de publicações; assuntos e insights para falar por meses; presets de design pronto - mesmo que simples, porém, quando a fatídica hora de separar um tempo para produzir chega, eu empaco. Resumindo? Larguei tudo isso aí que criei e resgatei.
No meio desse furacão há aulas do MBA, imersão em Power BI e análise de dados, avaliações de carreira, reavaliação das pegadas que carregaram meu corpo até aqui… Um amontoado de assuntos oriundos de um inconstante construtor - ou destruidor - de pontes.
…e o que você fez?
Eu caí no meu principal ponto de questionamento. Falei sobre ser produtivo, na décima edição da caixa postal, e como isso nos arranca da realidade palpável e a digitaliza para um algoritmo que será esquecido amanhã. Esse imediatismo…
Dava para ver como eu estava angustiado no texto pelos parágrafos gigantes, sem respiro visual. Muitas coisas só nos saltam aos olhos quando revisitamos.
Após algumas análises profundas acompanhado de cafeína e olhares desfocados, consegui enxergar, parcialmente, para algumas sombras que moram em mim. Há grandes chances de eu estar sofrendo de crise de identidade… Será os 30 chegando? (mas eu acho tão bacana envelhecer)… Será minha falta de adequação na vestimenta em meu ambiente de trabalho? Será minha necessidade em ser aceito? Será todo meu questionamento a respeito de minhas capacidades?
Há tantas possibilidades e tantas inverdades criadas a partir de conceitos nebulosos de uma realidade tão opacificada que eu não sei se posso fechar os olhos e relaxar diante desse arame farpado construído sob meu crânio.
No fim das contas, eu entendo o que fiz, porquê fiz e como fiz - e onde cheguei. Reconheço cada passo dado, depois de muita autoavaliação (o que não parece ser muito saudável), porém, é nessa sombra que mora uma fragilidade, a fuga do Eu. Uma fuga, e uma tentativa falha, em lapidar um outro Eu sem meu histórico de fracassos.
Provavelmente este seja o reflexo da criação de vários perfis, de vários projetos, de vários fragmentos de mim mesmo espalhados por um cemitério digital, buscando fugir de minhas sombras.
Que tolice…
Sabemos que as sombras sempre estão agarradas aos nossos pés e prontas para escalar pelas pernas até entrar por nossos pensamentos nos momentos mais impróprios e não-convidativos.
Nesses momentos de autoanálise sobre os feitos (não-feitos e desfeitos) do ano, pegue leve. Não precisamos ser nossos próprios agiotas, sequer precisamos de grandes feitos, o que é muito abstrato, pois um grande feito pode ser algo comum, mas que utilizou de uma demanda energética absurda em contraponto aos pesos que nosso estômago estava puxando.
Brinde às vitórias e não se arrependa dos cacos de seu Eu. Dá para montar um belo mosaico com nossos fragmentos.
Por hoje é isto. Bom fim de semana, boa batalha e volte sempre :)
Beijos,
Lucas.
Eu sei que essa edição não está circulando na segunda-feira, mas é uma exceção - que não sei se virará regra.
Prometo que estou tentando e continuarei. Pode ter certeza que aparecerei mais vezes por sua caixa de entrada, de forma mais frequente, e com melhores elaborações.
Deixo aqui algumas pontos do que ando consumindo:
Ouçam, ouçam com força, Metade de Mim. Pressentimento é o último single lançado e é um negócio absurdo!
Finalizei a leitura natalina de forma bastante adiantada… Um Conto de Natal do Charles Dickens foi devorado vorazmente.
Façam o uso de um caderno de ideias/caderno de conhecimento. É uma excelente prática e estimula consideravelmente nosso trabalho analógico de escrita.
Mano isso foi lindo dms, nossa senhora. Que prazerzão ter desencadeado tudo isso e ser citado por você irmão